domingo, 19 de maio de 2013

Muitas pessoas acreditam que eu enlouqueci. Mas lembro daquele dia como se fosse hoje...
Estava voltando para casa depois de um dia longo de trabalho, moro com minha esposa e meus filhos em um pequeno vilarejo, no meio de uma densa floresta.
Avia rumores de que alguma coisa atraia as crianças para a floresta, no meio da noite. Todas as noites minha esposa ficava acordada com medo que meus filhos fossem levados. A principio acreditei ser tudo exagero dela, até que... A duas semana atrás, minha filha mais nova, Ana, foi levada por essa coisa. Todas as noites minha esposa, fica parada na frente da porta com esperanças que nossa filha volte. Tento de varias formas convencer minha esposa de que não é ela a culpada, mas não importe o que eu diga ela continua se culpando.
Com o tempo, minha esposa foi ficando fraca, não conseguia dormir, comer, nada apenas chorar e lamentar pela nossa perda.
Estou farto do desespero de minha esposa, então decido sair para procurar minha filha. Ao anoitecer do dia seguinte, depois de voltar para casa, arrumo algumas coisas, e entro na floresta.
A floresta é desconhecida. Cada vez que me afundo nela, sinto que estou chegando perto da minha “morte”. Com o cansaço vindo a tona, decide acampar em algum lugar que me parece seguro. Para minha surpresa encontro uma velha cabana no meio da floresta.
Ao bater na porta ninguém responde, e empurro a porta que se abre lentamente, fazendo barulhos que a marcaram pelo tempo. Aconchego-me em um pequeno canto, e sou levado pelos meus sonhos e esperanças. Em meus sonhos, Ana aparece com seu vestido rosa florido, sua roupa favorita, me chamando para ir brincar com ela. Ao segui-la me vejo sendo levado para floresta, passo por alguns lugares que reconheço da noite anterior.
Ana me conduz pela floresta até chegarmos à cabana, damos a volta nela e atrás da velha cabana encontramos uma fogueira com varias crianças sentada em volta. Ana se senta no meio de duas meninas, e parece encantada, pois não tira os olhos do fogo.
Ao mesmo tempo, num piscar de olhos, todas as crianças olham na minha direção, sinto alguma presença atrás de mim e me viro lentamente, quando sou surpreendido por um homem alto de terno, mas seu rosto... Ele não tem... É totalmente sem face... No lugar de dedos se encontra laminas afiadas, cobertas de sangue fresco.
Como se fosse um pesadelo, acordo todo suado e assustado. Ao olhar pela janela percebo uma luz que não tinha visto antes. Saio da cabana em direção àquela luz... Tudo do meu pesadelo parece ter vindo para o mundo real, a fogueira as crianças e... Ana! Ao virar para trás vejo enfim aquela criatura monstruosa!
-ANA! ANA! Venha querida vamos embora daqui rápido! – grito para minha filha.
Minha filha nem parece ter me ouvido. Antes que pudesse fazer qualquer movimento para ir a seu encontro, sinto uma dor insuportável vindo das minhas costas. Ao cair no chão, e olhar para a monstruosidade que estava atrás de mim, vejo apenas suas laminas, cobertas de sangue. Começo a gritar de desespero, esperando que alguém ouvisse, esperando que alguém pudesse vir me ajudar, mas... Nada nem um som se querem.
Meu desespero, e meu medo, só aumento! Pensar que minha filha está a poucos metros de mim, e vera minha morte, é a pior coisa do mundo. Num movimento certo e seguro, a criatura levanta sua mãe, e perfura minha barriga... Só consigo me debater e gritar de tanta dor que sinto. Minha visão começa a ficar um pouco embaçado, sinto meu sangue escorrer por todo o meu corpo... Sinto que meu coração está parando aos poucos... Sinto que minha filha já está morta... E por fim... Sinto... Que de alguma maneira... Aquele monstro que me matou... Estava só se divertindo.

#Samara.

Nenhum comentário:

Postar um comentário